24/07/2020

Às vésperas de um novo concurso Banco do Brasil, a instituição passa por mais um momento de transição. Nesta sexta-feira, 24, o presidente do BB, Rubem Novaes, pediu demissão ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

O pedido tem efeito a partir de agosto, em data que será definida e comunicada ao mercado, de acordo com nota enviada pelo banco na noite desta sexta-feira.

No texto, o banco afirma que Rubem Novaes avalia que a companhia “precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de inovação no setor Bancário”

“O Banco do Brasil (BB) comunica que o Sr. Rubem de Freitas Novaes entregou ao Exmo. Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, e ao Exmo. Ministro da Economia, Paulo Roberto Nunes Guedes, pedido de renúncia ao cargo de presidente do BB, com efeitos a partir de agosto, em data a ser definida e oportunamente comunicada ao mercado, entendendo que a companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário”, diz o texto.

Novaes defendia a privatização do BB

O nome de um substituto ainda não foi divulgado. O economista Rubem Novaes tomou posse, no comando do Banco do Brasil, em janeiro de 2019. Indicado por Paulo Guedes, o então presidente foi colega do ministro na Universidade de Chicago, berço do liberalismo econômico.

Em uma busca por uma intervenção cada vez menor do estado, Rubem Novaes chegou a defender a privatização do Banco do Brasil. Em junho, durante sua participação na comissão mista da Covid-19 do Congresso, ele deixou clara, mais uma vez, a sua vontade em privatizar a estatal.

Segundo ele, a instituição deve ter dificuldades de se adaptar aos desafios tecnológicos e de gestão diante das mudanças que o Banco Central (BC) analisa para o setor, o que inclui novos modelos de empresas financeiras, como as fintechs.

Com base nas mudanças tecnológicas, o então presidente do BB falava sobre as dificuldades que o banco enfrentaria, reforçando a privatização da estatal.

“Essas transformações, que serão necessárias, serão feitas de maneira pouco adequada, se nós continuarmos presos às amarras do setor público. É pensando no benefício do banco que falo em privatização“, concluiu.

 

A falta de apoio para a privatização teria sido um dos motivos para a saída de Novaes. Segundo fontes, ele teria ainda reclamado de regras como ter de fazer concurso público e não ter a mesma facilidade para contratar ou demitir funcionários.

Ás vésperas do concurso, Novaes pede demissão (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Ás vésperas do concurso, Novaes pede demissão
(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Paulo Guedes defende privatização do BB

O Banco do Brasil pode deixar de fazer parte do rol das estatais, se depender do ministro Paulo Guedes. Durante a polêmica reunião ministerial, citada pelo ex-ministro Sergio Moro,

“Vamos vender logo a p… do Banco do Brasil”, disse.

Para Guedes, o Ministério da Economia tem medidas para fornecer créditos às instituições financeiras, mas isso não tem chegado às empresas. Além disso, seria o BB que “deveria puxar a fila”, por ter o governo como maior acionista.

Outra crítica do ministro ao Banco do Brasil é o atraso da instituição na corrida tecnológica em relação aos demais bancos. Conforme divulgado, além de todos os ministros do governo, a reunião contou com a presença do então presidente do Banco do Brasil e do titular da Caixa Econômica Federal.

Concurso Banco do Brasil terá edital após pandemia

O edital do concurso Banco do Brasil segue confirmado. Segundo fontes ouvidas e que trabalham na realização da seleção, o documento só será divulgado com o término da pandemia do Coronavírus.

De acordo com a fonte, antes da pandemia estava tudo pronto para a divulgação do edital, faltando apenas alguns ajustes burocráticos. No entanto, com o estado de calamidade pública devido aos avanços da Covid-19, o concurso foi adiado.

Vale lembrar que o edital chegou a estar previsto para março, mas, em virtude da crise na saúde, o prazo não se cumpriu. Com a reabertura gradual da economia em diversos estados do país, o concurso Banco do Brasil poderá ocorrer em breve.

No entanto, o processo depende mesmo do fim da pandemia. Apesar disso, a fonte garantiu que o concurso está confirmado. A expectativa é que o BB possa anunciar, em breve, o número de vagas e a instituição que irá aplicar as provas.

As últimas seleções para o banco vêm sendo organizadas pela Fundação Cesgranrio, o que torna a banca a mais cotada para organizar o próximo processo.

Vagas serão para escriturário, de nível médio

O concurso BB oferecerá oportunidades para o cargo de escriturário. A carreira tem o nível médio como requisito e remuneração inicial de R$4.036,56, já incluindo auxílios-refeição e alimentação.

A jornada é de 30 horas. Além do auxílio-transporte, o BB oferece os seguintes benefícios: participação nos lucros (geralmente, paga duas vezes ao ano); planos de saúde e odontológico; previdência privada com participação do banco; auxílio-creche/babá; e auxílio ao filho com deficiência.

Segundo o BB, a princípio, as vagas de escriturário serão para a área de Tecnologia. No entanto, não está descartada a possibilidade da seleção contar com oportunidades para o escriturário tradicional.

O que diferencia basicamente o concurso para escriturário tradicional e o da área de TI é o programa e o peso dado às disciplinas das provas. Ou seja, apesar do conteúdo, as habilidades e competências requeridas serão as mesmas.

Saiba tudo sobre a seleção do BB

  • Órgão: Banco do Brasil
  • Cargos: escriturário
  • Vagas: a definir
  • Requisito: nível médio
  • Remuneração: R$4.036,56
  • Banca: a definir
  • Edital: previsto para o pós-pandemia
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