13/06/2022
Sem autorização para concursos, universidades federais tem, pelos menos, 11 mil cargos vagos de professor e técnicos-administrativo.
À espera de autorização para novos concursos, universidades federais apresentam um déficit de, pelo menos, 11 mil professores e técnico-administrativos. O quantitativo foi publicado pelo Estadão no último domingo, 12 de junho.
Os dados foram obtidos em nota técnica do Ministério da Educação (MEC), enviada no fim de maio ao Ministério da Economia. No documento, o MEC aponta que, dos 8.373 cargos de docentes prometidos às universidades, só 4.644 foram de fato autorizados.
Já para os técnicos-administrativos são 7.273 postos sem preenchimento. As vagas deveriam atender à demanda de cursos criada na última década ou de expansões de graduações, mas não foram autorizadas pelo governo federal.
Conforme admite o MEC na nota técnica, instituições criadas em 2018 e 2019, como a UFCAT (Universidade Federal de Catalão), teriam de receber 610 docentes e 1.666 técnicos – cargos ainda em débito. A demanda, segundo a nota técnica, é para garantir “minimamente o funcionamento” em 2023.
Sem aval do governo para preencher os cargos vagos, as instituições buscam soluções, como a suspensão das aulas, convocação de professores voluntários e deslocamento de docentes de um câmpus a outro.
Nos últimos anos, as universidades sofrem com o corte do orçamento de custeio, usado para contas de energia ou limpeza. O que diminui a margem para contratar terceirizados, também pagos com essa verba.
Entre maio e junho, o governo federal bloqueou R$1,6 bilhão do MEC, por exemplo.
Diante do bloquio de R$9 milhões, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), por sua vez, disse, em nota, que as equipes técnicas começaram a estudar opções para minimizar as consequências.
A prioridade será preservar os recursos destinados às bolsas, auxílios financeiros e assistência estudantil para garantir a permanência dos estudantes na Universidade e a continuidade das atividades acadêmicas.
“A UFRRJ manifesta sua rejeição a mais este ataque às Universidades e aos Institutos Federais, patrimônios do povo brasileiro, e apoia todas as manifestações que fortaleçam a sua defesa. A UFRRJ fará, como sempre fez, jus à sua tradição histórica de defesa da Universidade Pública”.